Foto by Ricardo Busto, durante treinamento. @ricardobustofotografia
Para quem acompanha atletas profissionais nas redes sociais já deve ter visto eles em momentos de treinamento pedalando atrás de um carro ou principalmente moto, está é uma estratégia de treinamento denominada de “motorpacing” ou mesmo treino de “vácuo”.
Davide Martinelli, em preparação para o Giro d'Italia. (Foto em: sportplushealth.com)
Historicamente está é uma técnica relatada no ciclismo desde o final do século XIX sendo utilizado a estratégia com bicicletas tandem motorizadas. Com o surgimento e desenvolvimento dos carros os atletas passaram a seguir em corridas atrás dos carros. Provas como a extinta e exaustiva Bordeaux-Paris (595 km) e até Paris-Roubaix tinham carros acompanhando os atletas que utilizam a estratégia ao longo da prova.
Orient motorized tandem pacing machine, 1901
Depois as motos começaram a acompanhar os atletas em provas e além das competições passaram a ser utilizada pelos atletas em treinamentos.
Bradley Wiggins, ex-ciclista profissional britânico, em treinamento no velódromo no inicio da sua carreira como atleta.
Em competições atletas muitas vezes acabam utilizando o vácuo do carro para retomar o pelotão. Saiba mais lendo a matéria que escrevi “Utilizando o "vácuo" para reconectar ao grupo em provas de estrada, o que diz as regras da UCI”
Mas porque pensando em treinamento está estratégia é tão utilizada?
O “Motorpacing” é uma estratégia de treinamento utilizada no ciclismo para simular maior intensidade e até mesmo a intensidade de uma competição.
Pode ser feito de várias formas e em todos os momentos da temporada de treinamento, tendo como objetivo principal de tornar o atleta mais rápido e resistência.
Neste vídeo tiro de 1 km com bicicleta fixa. A partida foi feita parado, quando o carro se aproximou já vindo a 50 km /h parti para conectar atrás e ao longo do tiro é aumentado a velocidade progressivamente. O objetivo foi trabalhar a potencia.
A força rápida, também denominada de potência compreende a capacidade do sistema neuromuscular de movimentar o corpo ou parte do corpo ou ainda objetos com uma velocidade máxima.
É um trabalho importante realizado em modalidades que buscam superar grande grau de resistência com velocidade a exemplo de corredores de velocidade, atletas de salto em distância, em altura e com vara, de levantamento olímpico entre muitas outras.
No ciclismo, é muito realizado por velocistas principalmente os que competem as diversas provas de pista (velódromo), assim como as diversas outros tipos de prova de ciclismo, variando ai as formas de trabalho (número de repetições ao longo do treino, duração de cada estímulo e duração das pausas) de acordo com a necessidade de cada atleta.
A avaliação da necessidade de ser utilizado como uma estratégia de treinamento vai sempre de encontro com os objetivos do atleta em conversa com o profissional de Educação Física que organiza as suas rotinas de treinamento.
IMPORTANTE como é uma estratégia que envolve maior risco só faça este treino com alguém experiente, a pessoa a frente que conduz o veículo deve estar completamente ciente do que está acontecendo e em local conhecido e seguro.
Fábio Medici Lorenzeti,
Diretor e treinador na Medici Assessoria Esportiva.
Diretor técnico da Liga de Desportos de Rendimento e de base da capital, vale do paraíba e litoral norte (LIDER)
Mestre em Ciências (EEFE-USP, Lab. de nutrição e metabolismo aplicado a atividade motora)
Autor dos livros: Nutrição e Suplementação Esportiva: aspectos metabólicos, fitoterápicos e da nutrigenômica (2015, Phorte); Exercício, Emagrecimento e Intensidade de Treinamento: aspectos fisiológicos e metodológicos (2013/2ª ed., Phorte); Biologia e Bioquímica: Bases aplicadas às ciências da saúde (2011, Phorte). Além de outros trabalhos científicos nacionais e internacionais.
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